sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Amor Sonoro

Amor sonoro
Não ruidoso.
A única coisa que irá tirá-la do lugar.
Ela só dará marcha ré até passado
Se for pra dar adeus novamente.
Afinal, o que rangeu a estrutura,
Descompôs a casa por inteiro.
Só será existencial na vida dela
O tremor do que é verídico de sentido.
Permitir estar acompanhada
Mesmo ciente dos avisos,
Não mais.
Ela vai preferir a solidão
No lugar de dançar junto à ilusão
Que não lhe fornece a valsa tão sonhada a seus pés.
Ela só voltará a ser união
Com outro hemisfério que não o dela,
Se este for capaz de lhe apresentar visão.
Só quem nos faz enxergar transparente
É digno de estima.
Visão turva se torna cegueira.
E pra saber se o que lhe vem
Está em sintonia ao que te compõe,
Basta ouvir o cantarolar do fatídico.
Este sempre anuncia o que são vozes desafinadas.
Tampar os ouvidos na esperança de futura melhoria vocal
É tentar achar beleza em feiura da alma.
Cantor ideal e de verdade
É aquele que antes de desafinar
Se lembra que música
É verdade, é mérito.
Não é fazer de conta.
Enquanto a voz não for verdade,
Ela vai preferir a recusa.

( Aline Rodrigues )

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